Livro:
Assassins’s Creed – Bandeira Negra
Autor:
Oliver Bowden
Editora:
Galera Record
Avaliação: 8
"Que o inferno que você
encontrar seja obra sua."
Yo ho, yo ho, a pirate's life for me ♪
Foi inevitável cantarolar essa frase em várias
passagens do livro... Sempre gostei de piratas, e um dos meus melhores contos
era sobre piratas – o conto se perdeu no tempo –. Vamos ao que interessa:
Edward Kenway. Acho que todos os protagonistas são um pouco ou muito
inconsequentes, malandros e mulherengos. Edward está num patamar acima dos
outros... A vida de criador de ovelhas nunca lhe fora grata, mas com o tempo se
tornou um fardo impossível de suportar. Olhando para o cais e dele para o mar,
o jovem sabia o que queria. E procurou por isso. Ou antes, com alguma
dificuldade foi imposto que nunca mais voltasse a Bristol ou a situação seria
ainda mais penosa para si e os seus.
Não se importando com as feridas que deixara par trás, buscaria
a sua fortuna como corsário e então voltaria para consertar as coisas e se
vingar – parece que vingança é um ato recorrente na vida dos assassinos –. O que
ele não imaginou foi a trégua entre ingleses e espanhóis e o fim da sua curta
carreira. Como a maioria dos que viviam do corso, Edward se viu com poucas
esperanças que não fossem algo como erguer uma bandeira negra no seu navio e
buscar livremente por seus dobrões de ouro. O que seria da vida de alguma
pessoa normal sem um Templário para atrapalhar? Não seria diferente aqui, com
eles mais uma vez querendo dominar o mundo e disseminar a “sua forma de verdade”.
E então o nosso querido Edward, teve como mestre nada
mais nada menos que Edward Tratch, o que para variar me fez ficar imensamente
feliz. Não só pela presença desse pirata renomado, mas de todos os outros! Eu
já sabia a maioria da história deles e recomendo para os leitores futuros:
procurem saber, as informações dão uma visão bem privilegiada das
personalidades da maioria dos personagens reais apresentados por Oliver.
Por mais que ele pense em voltar para casa, acaba
afundando sempre nas garrafas de rum... Não é um bom exemplo e não é um
assassino, ainda.
Menos foco na vingança, maior ênfase no misterioso Observatório.
Edward empreende várias viagens para enfim encontrá-lo, ser traído por alguém
que não esperava e se ver à deriva com um inimigo. Mas lembre-se, tudo sempre
pode piorar. E piora!
De todas as mortes, senti umas poucas. Mas a dela, como
doeu, daquelas que você sente como se fosse alguém querido há muito tempo e que
fazem os cantos dos olhos ficarem úmidos. Acho que vi mais sangue nesse livro
do que no outro. Mas não me incomodou, em certos momentos eu mesma fiquei com
vontade de matar os personagens sob muita tortura!
Sigamos em frente. Algumas palavras para mãe de Edward:
espero que você morra lente e dolorosamente.
Ninguém merece ouvir determinadas palavras, por maior
que seja a sua culpa ou o seu rancor para com ele. E aquelas deveriam ter
ficado para sempre trancadas bem fundo na mente, não pairando no ar como praga.
Há fatos surpreendentes no final, e cheguei à conclusão
tendo lido o segundo livro da série Assassin’s Creed (fora da ordem) é que os
protagonistas não ficam realmente felizes no fim... Ou assim me pareceu.
Quando acabei o livro, me peguei analisando a mudança
de personalidade do Edward, tudo ao seu redor se transforma, mas mais do que
isso, ele é outra pessoa no final. Alguém capaz de lidar com problemas impensáveis
antes, de buscar por paz e finalmente fixar-se em terra firme. Em um lugar que
passará a chamar de lar.
Personagem preferida de longe é a Mary Read, acompanhada
bem de perto pela Caroline e Anne Bony. Elas são confiantes, fortes e mulheres
muito a frente de seu tempo.
Mesma recomendação do livro anterior: “para os fãs dos games e para os não fãs que tenho certeza que se converterão.”
A avaliação de 8, não se deve somente ao livro. Dei 9
para o Renascença, e seguindo critério dele avaliarei os demais. Gostei menos
desse do que do primeiro. Não que faça dele um livro pior, são apenas
diferentes.
Obs.: O meu amado rei consorte Fernando, se viu numa situação complicada. Eu gostei imensamente das duas fotos minhas com livros, e pretendo seguir essa linha daqui para frente. A complicação da vida dele é ser o fotógrafo de uma Rainha exigente!