The Queen's Castle
  • Home
  • Sobre
  • Críticas
  • Alianças
  • Mensageiro
É a estação das luzinhas e dos gorros vermelhos. Não temos neve, temos sol demais e vento de menos. Mas, ah! Temos luz!
Mesmo quando achamos que ela está fraquinha e tremulando dúbia. 
Tive momentos de chama baixa e de grandes fogaréis em 2018. Fui vela e fui fogueira. E fui incêndio. Hoje sou uma mistura boa das intensidades: de gêmeos em muito leão, de ar sobrando e avivando o fogo. De coroas imensas e visíveis.
Como aquela ilustração de uma bruxa na fogueira, que assobia feliz e descontraída. Tenho mais tinta na pele, um gibi interminável como dizem por aí. E está tão bonito! Também tenho cachos, e aceitação. Tenho negação e horas de levantamento de peso destruídas por pelas ceias de Natal.
Tenho um Duque que ilumina e incendeia comigo e duas chamas que miam. Tenho várias outras chamas que me seguem e me iluminam todos os dias. Tenho sopros e lenha.
E, sempre terei guarda chuva para as tempestades.

Em 2019? Quero ser incêndio. Todos os dias. Um pequeno e incontrolável incêndio, do tipo que não apaga e não dorme. Que queima, aquece, destrói e abriga. Quero ser mais. E quero ser maior, poderosa, amedrontadora e destemida. Levar a coroa para outros lugares, outros castelos e outras províncias. Quero ser fogo. E eu SOU fogo. E luz. E escuridão. 
 Vamos queimar alguns lugares por aí?

“Percebi que para dentro de nós há um longo caminho e muita distância. Não somos nada feitos do mais imediato que se vê à superfície. Somos feitos daquilo que chega à alma e a alma tem um tamanho muito diferente do corpo.” Um dia, encontrei com essa pintura do Christian Schloe e a adorei imensamente. Me parecia que a menina deixava ir com muita doçura o que tinha por dentro. Talvez por saber que a fonte estava em si, e aceitava com ternura o que era dela mesma, ou o que é ela mesma. Este texto é do Valter Hugo Mãe, em um livro chamado “contos de cães e maus lobos”. E me parece que estes dois artistas sabem muito bem que para dentro de nós é um ir-sem-fim, que vai para muito mais do que a superfície jamais conseguiria demonstrar. É por isso que há por aí uma infinidade de pessoas tão cheias de beleza, beleza que nem conseguimos captar de um só olhar, porque me parece, a beleza segue para além do olhar, e acompanha estas coisas que delicadamente, nem percebemos, segue para além de nós, maiores que nós, que saem de dentro, como estas pequenas e infinitas, borboletas azuis.
Texto e imagem Diana Pedott

Do segundo período do fundamental ao segundo ano do ensino médio, fui apaixonada pelo meu amigo. Ele ultrapassava o status de colega por ser, de fato, um ótimo amigo. Vale considerar que na época provavelmente eu a torcida do flamengo inteira estávamos apaixonadas por ele.
Ele nunca gostou de mim daquele jeito. Na verdade, confessou mais tarde que em algum momento gostou sim, mas as coisas mudaram. Ia e vinha eu gostava de outra pessoa, mas sempre voltava para ele. 
Nos idos de 2007 ou 2008 acabamos nos beijando. De forma extremamente espontânea pseudo-escondidos na casa de uma amiga enquanto ela estava na varanda do lado de fora (acho que ela nunca soube). Sei que quando nossos rostos de afastaram eu comecei a rir. Não sorrir,  a rir mesmo. Porque aquilo não encaixava. Não fazia mais sentido e só pareceu uma constatação. Rimos na hora e rimos depois disso. Porque depois de 10 anos de “amor”, já tinha mudado para algo mais real, longe de príncipe encantado. Era só alguém que eu conhecia desde a infância e que significava muito. Conversamos no dia seguinte, e de alguma forma, a relação estava diferente: mais leve, mais transparente. Eu gostei de passar por isso. Devo ter envelhecido um pouco ali. Saudades ensino médio.E... pronto! Já passou a saudade.
Tem uma caixinha azul que ele me deu. Era um desses brindes antigos do McDonald’s. Eu guardava minhas lantejoulas lá e a ideia era que de 10 em 10 anos passássemos isso para outra pessoa. Ela está na minha gaveta, bem segura há quase 20 anos. Nos vemos ocasionalmente, com um abraço rápido e frases casuais.
E aí? Como estão as nostalgias?


Longe de ser bela adormecida, mas por quanto tempo eu dormi? 

Parece que todas as paredes estão empoeiradas e com teias de aranha. O estranho é que esse não é mais um problema... A leveza desse pensamento é espantosa. 
Tenho uma rotina cheia agora, tentando encaixar coisas nas brechas de tempo. E isso também não é um problema. Sempre gostei de rotinas, ainda mais as que acrescentam a quem eu sou. Que me ensinam todos os dias. 
O número de tatuagens aumentou, e no andar dessa carruagem bonita e reluzente, não temos mais metas. O cabelo cresceu – milagre – e tem um monte de cores novas. Assim como eu. Assim como a vida que eu resolvi me dar. Porque eu me dei essa nova vida de presente, um presente difícil de aceitar e que aos poucos se fez tão diferente e agradável. Paz. Sinto paz como há muito tempo não sentia. Mesmo que acorde cedo para caminhar, mesmo que tenha preguiça quando o gato de espreguiça no pé da cama. Eu até consegui não matar uma violeta, e ela está florida há dias, cada dia mais aberta, como se quisesse saber o que se passa dentro do meu quarto. Quarto. Esse tem me visto pouco acordada, mas está de um jeito bonitinho, organizado e funcional. 
Não tem muito movimento agora, mas o barulhinho do motor é incessante, quase musical. Acho que acabarei me acostumando a ele, e à música e às pessoas. 
Tivemos chuva há um tempo, agora vivo bem com esse sol amarelecido de inverno. Tivemos alguns enterros, algumas lágrimas e teremos muito o que fazer. Também tivemos uma quantidade anormal de abraços e de reconhecimentos. Parece que cheguei a um estágio esquisito na vida, talvez adulta. Não quero pensar exatamente nisso, é como uma crise de idade por ano, mas pelo menos em 2018, até agora, gosto de quem eu sou e gosto dos novos ares do castelo. 

Como estão as coisas por ai?



Fonte (arte) Diana Pedott

Saudações nobres, a resenha é do Lorde Heider e vem com uma dose enorme de nostalgia.

Speed Racer – Mach Go Go Go – Tatsuo Oshida

Heider Carlos

Eu me lembro de assistir Speed Racer na TV Record, há mais de vinte anos atrás. Eu não fazia ideia do que era um anime. E eu gostava. O que não é muito mérito – eu gostava de todos os desenhos animados que passavam na TV aberta. E não lembro de praticamente nada a não ser do nome dos personagens e de que tinha corridas. Seria muito legal fazer uma comparação entre o anime e o mangá, mas eu não tenho tempo nem de ver os animes atuais que me interessam, o que dirá um anime antigo de 52 episódios.
Dei uma pesquisada e foram feitas mais duas animações americanas, um filme americano dirigido pelas Irmãs Wachowski (as mesmas que criaram Matrix) e um filme animado feito em Flash numa parceria americana-indiana. Tem até um anime spinoff protagonizado por uma menina, chamado Mach Girl. Ou seja, a franquia nunca morreu. E com a enchente de animes baseados em franquias antigas sendo lançados eu não estranharia se anunciassem um novo Speed Racer.
Bem, o mangá estava em promoção e eu gosto de coisas velhas. Além disso ele é da Editora New Pop, e eu costumo gostar das edições únicas que ela lança. Comprei e é um box muito bonito. Mais de 600 páginas divididas em dois volumes. Papel de qualidade, algumas páginas são coloridas, os volumes têm aquelas orelhas para marcar páginas que se você usa para marcar páginas nós não podemos ser amigos. Ou seja, nada a reclamar dos aspectos técnicos. Já a história em si é uma viagem e tanto.



Speed Racer (Go Mifune no original japonês) é um jovem piloto prodígio lutador metrossexual. Ele namora Trixie, piloto de helicóptero, e é filho de Pops Racer (Daisuke Mifune), um campeão de artes marciais e engenheiro automotivo. Ele tem um irmão mais novo, Gorducho, que tem como animal de estimação um macaco chamado Zequinha. Tem também o personagem Corredor X, que é secretamente o irmão mais velho desaparecido do Speed Racer. E que parece demais com o Ciclope dos X-Men.



Histórias daquela época tem um desprendimento com a realidade que nossa geração de cínicos não consegue aceitar nem produzir facilmente. Eu acho gostoso. Vou contar sobre um capítulo para dar um exemplo: uma tribo indígena vive isolada do resto do mundo. O presidente do país entra em contato com o líder da tribo, propondo que eles se abram para o mundo. Acabam entrando em acordo: farão uma disputa, e se o herói da tribo vencer eles continuam isolados. O herói da tribo indígena é um corredor (!), a corrida é feita em um vulcão onde há um dinossauro (!!) que o Speed derrota usando um robô de pássaro em seu carro (!!!). É ridículo? Muito. É divertido? Demais.
E é, também, um mangá que mostra bem a visão de sua época. No capítulo acima dá para ver um respeito pela autonomia da sociedade indígena, um pensamento mais progressista. Ao mesmo tempo os índios são retratados como assassinos de crianças, tentando matar o Gorducho com um pêndulo com uma lâmina que desce um pouco mais a cada intervalo. Sim, a clássica armadilha criada pelo Edgar Allan Poe. Trixie, namorada de Speed, é fundamental para muitas vitórias, mas sempre com papel de suporte. Há duas mulheres que pilotam carros, e há muita conspiração empresarial e sabotagem. Ao mesmo tempo a mãe do Speed é só uma figurante, mesmo tendo descoberto antes de todo mundo o que aconteceu com seu filho mais velho.


Isto é muito errado

O mangá lida muito com relações familiares. Pops, o pai de Speed, quer evitar que o filho corra em corridas mais perigosas (há mortes em todos os capítulos). Speed o desobedece abertamente várias vezes. O mangá é dos anos 60, e o Japão é ainda mais neurado com respeito aos familiares que o ocidente. O próprio Corredor X desobedeceu seu pai e sumiu no mundo. Não sei se seu nome é uma referência à Geração X, mas sua história é um retrato perfeito de sua relação com os baby boomers.
Eu não entendo de carros na vida real, mas adoro design, tanto de carros antigos reais quanto fictícios. Inclusive uma das minhas reclamações em relação a Fórmula 1 é que os carros são iguais demais. Em Speed Racer é uma delícia ficar vendo os carros. Match 5 é icônico, branco e angular, com um grande M vermelho. Estrela Cadente, o carro amarelo do Corredor X, é parecido com o Match 5, mas mais tradicional. O soturno carro Malange, que vinga a morte de seu piloto, é número 13, representado como X3 para que quem esteja vendo pelo retrovisor leia EX. São carros que hoje em dia eu adoraria ter brinquedos colecionáveis – imagina o apelo que não tem com crianças.
O traço é curioso. Por ser antigo ainda tem bastante influência dos desenhos animados ocidentais. Gorducho e Zequinha estariam à vontade em qualquer animação americana antiga. Há alguns personagens que parecem até ter vindo de quadrinhos ocidentais. Ao mesmo tempo muitas personagens já têm traços que a gente considera mais característicos de mangás mesmo. Uma salada que não destoa. O autor, Tatsuo Yoshida, com certeza gostava de desenhar carros, e é gostoso ficar notando os detalhes que ele coloca. Algo também curioso é que seu traço é grosso e um pouco tremido, como se ele usasse uma caneta saindo tinta demais, ou um papel que absorvesse muito. Bem diferente do que é padrão hoje em dia.
O autor também copiou algumas páginas e trechos. Eu nem estava prestando tanta atenção ou procurando por coisas assim, só notei porquê é algo bem escrachado. Acho que se procurar vou achar muito mais ilustrações copiadas. Com certeza eram outros tempos...



É um mangá de nicho. Seja para os fãs do anime (e eu não sou um deles) ou pelos curiosos por uma obra mais clássica. É claro que nostalgia vende muito (às vezes eu acho que metade do mercado de mangás no Brasil é Cavaleiros do Zodíaco), e provavelmente este é o maior motivo do mangá de Speed Racer ter chegado ao Brasil. Mas acho muito importante conhecer os clássicos. Não só mostra a evolução da mídia como é algo necessário para entender o todo. É um sinal que o próprio mercado começa a ter mais maturidade no país.
Neo Pop, traga o mangá de Lupin III pra cá. Nunca te pedi nada.

Assinar: Postagens ( Atom )

Seguidores

Posts Populares

  • Semana Thais Lopes II
    Saudações nobres, Hoje, no segundo dia de postagem da Semana Thais Lopes, seremos apresentados a Série Santuário da Morte, vamos confe...
  • Christmas in Castle
    Sauda ç ões nobres, O Natal não é a é poca do ano mais gostosa? Depois de come ç ar a remexer as caixas de decora ç ão para o Cas...
  • Rumo aos 1500

Facebook

Busque

Link-Me

Link-Me
http://booksandcrowns.blogspot.com.br/

Visitantes do reino:

Você pode gostar:

  • Sir James Matthew - Sorteio de Aniversário
    Saudações nobres, Para comemorar o aniversário do blog Sir James Matthew , 21 blogs se uniram para comemorar e presentear vocês...
  • Livro: Imprudente - Série Royal (Livro 2)
      Livro: De Repente - Série Royal (Livro 1) Autora: Nichole Chase Editora Pandorga Sinopse: Samantha Rousseau é uma garota que está acostum...

Facebook

Mensageiro:

Nome

E-mail *

Mensagem *

Layout: Lorena Lima 2017 The Queen's Castle.
Base: OddThemes