O Caderninho de Desafios de Dash e Lily



Saudações nobres,
Era esperar demais que 2018 só me trouxesse livros classificados com cinco estrelas.  A vantagem é que ainda que o tenha achado um pouco maçante, a leitura foi rápida.


O Caderninho de Desafios de Dash e Lily
David Levithan
Rachel Cohn
Galera Record
256 páginas
2016

O novo livro de David Levithan e Rachel Cohn que juntos escreveram Nick e Nora Uma noite de amor e música acompanha a dupla Lily e Dash. Ela está doida pra se apaixonar e, pra encontrar o par perfeito, decide criar um caderninho cheio de tarefas e deixá-lo na livraria mais caótica de Manhattan. Quem encontra o moleskine é Dash, e os dois começam a se corresponder e trocar sonhos, desafios e desejos no caderninho, que vai se perdendo nos mais diversos lugares de Nova York.
                                                                                                              
Eu não podia. Eu não queria. Eu tinha que ir.
      
Gostei da premissa do livro e de como ele começou. A ideia de seguir pistas em um caderno e se corresponder com alguém por algum tempo, e ter uma visão diferente da que a maioria das pessoas poderia ter, é invejável. Mas me perdi, e me cansei. Pode ser apenas que não seja o livro ideal para mim, no momento. As coisas começaram a ficar monótonas – apesar de todos os pontos altos e surpresas –, ou ainda, pode ser que eu finalmente tenha chegado na linha decisiva de idade e não me adapte mais a esse tipo de obra.
Também gostei de como as coisas se desenvolvem e como conhecemos a fundo Dash e Lily. Dos traumas de infância aos problemas familiares. Eles são expostos, abertos e dissecados para o leitor. E o cativante é que eles são expostos assim um para o outro. Com detalhes que dificilmente teriam explicitado para outra pessoa.
Dash lembra o anti-herói: rabugento, hostil e mal humorado. Alguém que não gosta do Natal – isso diz muito sobre ele –. E amargurado em vários sentidos. Passar o Natal sozinho em casa deve ter sido a melhor ideia que ele teve em anos. E passear pela Strand pode mudar sua perceptiva de vida.
Lily nunca passou por uma véspera de Natal tão ruim. Seu irmão era incapaz de soltar o namorado e prestar atenção nela e as pessoas que mais amava estavam longe. Esse não era, de forma alguma, o Natal que estava esperando. A concepção fantástica de Langston de deixar um caderno com uma série de pistas que pouquíssimas pessoas entenderiam pareceu besta e sem sentido. E tudo muda quando alguém é capaz de desvendar aquela loucura.
Então, somos guiados pela troca de “correspondência” entre Dash e Lily, e de como eles se conhecem de forma inusitada. Com informações cada vez mais íntimas e um tipo de proximidade que dificilmente seria possível no mundo online atual. É fofo como tudo é construído e de como as coisas se dão. De como coincidências e mundos pequenos podem influenciar nas escolhas e nos corações partidos.
De certa forma, há uma lição de moral no fundo, e ela foi bem aplicada e conduzida. O final vem como deveria, no molde certinho do que é capaz de fazer o leitor sorrir.
Como eu disse antes, apesar de não ter gostado tanto do livro, sou capaz de ver os pontos positivos. Além da qualidade de escrita e de construção da obra. Todos os personagens desempenham bem os seus papéis, mas ficamos ligados – de várias formas – à Dash e Lily.
Isso não será explicado para você em uma oração. E não vou poder explicar isso para você. Não só porque sou tão ignorante e esperançoso e seletivamente cego quanto qualquer pessoa, mas porque acho que sentido é uma coisa que não pode ser explicada. Você precisa entender sozinha. É como quando você começa a ler. Primeiro, aprende as letras. Depois, quando sabe que sons as letras fazem, os usa para descobrir o som das palavras. Você sabe que g-a-t-o leva a gato e c-ã-o leva a cão. Mas aí você precisa dar o salto adicional para entender que a palavra, o som, o “gato” está ligado a um gato de verdade, e que “cão” está ligado a um cão de verdade. É esse salto, essa compreensão, que leva ao sentido. E em boa parte do tempo na vida, ainda estamos apenas descobrindo o som das coisas. Conhecemos as frases e como dizê-las. Conhecemos as ideias e como apresentá-las. Conhecemos as orações e que palavras dizer em que ordem. Mas isso é apenas ortografia.



David Levithan
David Levithan (nascido em 07 de setembro de 1972, Short Hills, Nova Jersey) é um editor de ficção jovem americano adulto e autor premiado. Ele teve seu primeiro livro, Boy Meets Boy, publicado em 2003. Ele tem escrito inúmeras obras com personagens gays do sexo masculino, principalmente Boy Meets Boy e Nick and Norah's Infinite Playlist.
Aos 19 anos, Levithan recebeu um estágio na Scholastic Corporation, onde começou a trabalhar na série The Baby-sitters Club. Dezessete anos depois, Levithan ainda está trabalhando para Scholastic como diretor editorial. Levithan é também o editor-fundador do PUSH, uma marca jovem-adulto da Scholastic Press enfocando novas vozes e novos autores.

Rachel Cohn
"A verdade é que as coisas mais interessantes na minha vida tende a emanar de minha imaginação e, em seguida, aparecem nos livros - a vida real, nem tanto. Mas no interesse de Ye Olde Book Report, aqui é a informação básica.
Nasci em 14 de dezembro de 1968 em Silver Spring, Maryland. Eu cresci na área de DC (Maryland suburbano), mas também passou os verões da minha infância em Massachusetts ocidental com os meus avós, então eu meio que sinto que estou a partir de dois lugares.
A partir do momento que eu aprendi a ler e escrever que eu estava sempre tentando criar histórias. Eu cresci cercado por livros e pela família que eram educadores - o desejo eo incentivo para escrever veio rapidamente em minha casa."
- Rachel Cohn

Livros publicados em parceria
Nick & Norah: uma noite de amor e música (2009)
Naomi & Ely e a lista do não beijo (2015)
O Caderninho de Desafios de Dash e Lily (2016)



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3 comentários:

  1. Oii!
    Poxa, que pena que não tenha te agradado tanto. Confesso que estava um pouco curiosa para ler este livro desde que li a sinopse há algumas semanas. Mas acho que me sentiria como você, pelo menos foi o que percebi lendo a sua resenha.
    Bom, quem sabe ainda não dou uma chance... :)

    Beijos

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  2. Oi querida!
    Essa é a segunda resenha que leio do livro, mas mesmo assim o enredo não me atraiu. Creio que deve ser por causa das distopias/new adults que leio com frequência. Bom, eu gostei da resenha e amei a forma como foi sincera, informando o que vamos encontrar durante a leitura...
    Espero que outros leitores gostem do livro.

    Beijoss, Enjoy Books

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  3. Oi Rainha! Achei o enredo interessante, mas não acho que leria o livro.
    É realmente bem chato quando a gente percebe essa coisa de não se identificar propriamente com o momento que tá lendo a história.

    Beijos
    http://www.numrelicario.com.br

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