O beijo traiçoeiro


Saudações nobres,
A Rainha tem lido de forma frenética nesses primeiros dias de 2018 porque o desemprego bateu à sua porta. Sim, nem mesmo Rainhas estão imunes a esse tipo de coisa. Então, para manter a sanidade – e os móveis no lugar – livros são devorados.
Fico feliz em dizer que 2018 trouxe consigo leituras impressionantes, com muitos suspiros e madrugadas viradas.
O beijo traiçoeiro é uma recordação gostosa de Orgulho e Preconceito, onde as aparências falam muito por si só e onde as primeiras impressões são sempre dúbias. Há também uns longes de Mulan – bem longes, mas estão lá –. Fui conquistada sem esforço e a editora se encarregou de fazer um bom marketing durante o lançamento. Leitura rápida, elétrica e sem pausas.

O beijo traiçoeiro
Erin Beaty
Editora Seguinte
2017
440 páginas

Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.

Ninguém nunca a tratava bem a menos que quisesse algo em troca.

A autora foi capaz de colocar doses extremamente certas de todos os aspectos nesse livro: trama envolvendo, romance, o ar medieval, personagens intensos e bem construídos, ação. Sabe quando não é possível achar defeitos em como tudo foi colocado? Passei por isso em O beijo traiçoeiro. Fui envolvida nas primeiras páginas e só pensei em fazer qualquer outra coisa da vida, quando, ávida e louca fechei o livro.
Sage é maravilhosa. Muito. Maravilhosa. Sei que pareço uma fã girl louca, mas Sage Selvagem merece todos os elogios: consciente de sua posição, de sua aparência e de – principalmente – de suas habilidades. Empoderada, corajosa e apaixonada. Seus pais não seguiram as tradições e acabaram marcados como párias, a vida curta e apaixonada juntos foi suficiente para marcar a jovem. A perda do pai e melhor amigo devastam a então criança, que precisa viver com o tio que pouco apreço lhe tem. A melhor alternativa? Conseguir um marido para a sobrinha sem título e sem fortuna. Isso é o que ele acha e está muito longe do que Sage deseja.
Conforme a sinopse apresenta, após não servir para casar e se tornar aprendiz da srta. Rodelle, Sage acompanhará as garotas – mimadas, ricas e insuportáveis em sua maioria – do Concordium até o seu destino final: onde serão entregues – depois de minuciosa análise – aos pares correspondentes. Ela é perfeita para a tarefa, porque além de conseguir perceber aspectos que a maioria não é capaz, também serve como contra ponto perto daquelas meninas montadas e preparadas para esse evento durante os seus 16 anos.
O destacamento escolhido para acompanhar o Concordium é composto por figuras intrigantes e que escondem alguns segredos. Não que essa fosse a missão da vida deles, mas era preciso aprender com todos os erros e ter paciência. Parecia que nada sairia do lugar, até que a conspiração encetada por duque D’Amiran e os kimisaros é pressentida e a trama de mentiras, traições e artimanhas se espalha.
Ash – do destacamento – tem a missão de se infiltrar entre os criados para descobrir mais detalhes, e acaba esbarrando em Lady Sagerra – Sage disfarçada como nobre – e percebe que pode render bons resultados. O obstáculo está em que a jovem parece muito com uma espiã inimiga: enquanto recolhe todos aqueles dados sobre os soldados, as terras e as manobras do exército. As coisas pioram quando seu grande livro e descoberto e o Capitão Quinn se sente verdadeiramente inquieto com as palavras com que ela o identifica.
Explicações precisam ser dadas e acordos precisam ser feitos antes que Sage seja de fato uma espiã. E ela pode ser. Sage pode ser o que quiser e ainda assim será capaz de cumprir com o que desejam dela. Não sem riscos, não sem perdas e não sem sofrimento.
— Soldado Stiller, essa é Sage Fowler — disse Quinn, (...), com um sorriso que fez o sangue em suas veias esquentar. — Nossa arma secreta.
A tarefa é complexa: salvar o reino, o príncipe, as garotas e não deixar que ninguém importante morra. Será percebido o quão impossível ela será, principalmente com toda a vantagem que o inimigo tem. Só que eles não têm Estorninho, e isso é muito. Além de Sage, Ash e Quinn, praticamente todos os personagens tem algo a acrescentar e são fundamentais para o desenvolvido do livro. Cada detalhe foi pensando e inserido agradavelmente, de modo que é fácil se afeiçoar mesmo ao menor personagem.
Durante a trama, Sage descobre que a função de casamenteira vai muito além de unir casais. Há todo um estudo de compatibilidades e harmonias, que só alguém dotado de muito poder de observação seria capaz e arquitetar. E ela é muito boa nisso. Percebe ainda detalhes sobre si e sobre a união de seus pais.
Com uma proposta interessante e com habilidade, a autora conduz os leitores com maestria pelas pontas de sua narrativa. Conseguiu arrancar lágrimas e sorrisos. E deixou, por fim, ansiedade pela continuação. Que 2018 seja breve – mas não tanto – e que traga o quanto antes a continuação de O beijo traiçoeiro.



The Traitor's Ruin
Erin Beaty
Editora Imprint
Lançamento: 10 de julho de 2018 (EUA) / Segundo semestre de 2018 (Brasil)
352 páginas

A captain with a secret.
A spy with a mission.
A kingdom on the verge of ruin.
After proving her worth as a deft spy and strategic matchmaker, Sage Fowler is now comfortably positioned in high society as the royal tutor. When she learns of a secret mission, she jumps at the chance to serve her kingdom once more—and to be reunited with her fiancé, Captain Alex Quinn.
However, Sage’s headstrong insistence clashes with Alex’s gruff military exterior. And after a skirmish with a bordering kingdom, they're separated when tragedy strikes. Now in enemy territory, Sage desperately scrambles to complete Alex’s reconnaissance mission. Can she save her kingdom once more?


Erin Beaty
Erin Beaty nasceu e cresceu em Indianapolis, Indiana. Formou-se na Academia Naval dos Estados Unidos com diploma em engenharia aeroespacial e serviu à Marinha como oficial de armas e instrutora de liderança. Ela e o marido têm cinco filhos, dois gatos e uma horta, e moram onde quer que a Marinha os leve.

Livros publicados
O beijo traiçoeiro (2017)
The Traitor's Ruin (2018)

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3 comentários:

  1. Hello Ladies!
    Adorei a resenha, e já tenho ele no kindle. Mas recentemente comecei a protelar algumas leituras desse gênero. Espero gostar da leitura, porque a sua resenha foi extremamente sincera e esclarecedora.

    Beijoss, Enjoy Books

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    Respostas
    1. Saudações Lady Alice,
      Também espero que goste, o livro foge um pouco do que estamos acostumados a ler por ai - embora sempre haja aquele clichê pontual -.
      O livro me surpreendeu e prendeu sem esforços.

      Agradecemos a vossa visita!
      Demore o quanto quiser, serás sempre bem-vinda.
      Att
      A Rainha ♛

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  2. Saudações Lorde Felipe,

    Espero que aprecie a leitura!

    Agradecemos a vossa visita!
    Demore o quanto quiser, serás sempre bem-vindo.
    Att
    A Rainha ♛

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