Rani e o Sino da Divisão


“Eu já fui o que tu és e tu serás o que eu sou.”. Pág. 14.



Livro: Rani e o Sino da Divisão
Editora Gutenberg
Autor: Jim Anotsu
Sinopse: Quem não conhece bem Rani pode até achar que ela é uma adolescente comum, que mora em uma cidade do interior, acorda cedo para frequentar o ensino médio, e toca em uma banda de punk death metal com sua melhor amiga, Marina.
Só que sua vida começa a se distanciar totalmente da normalidade quando, um dia, ao ir para a escola, ela resolve cortar caminho pelo cemitério, onde vê um garoto estranhamente bonito, vestido com roupas coloridas e tênis fluorescente, que a olha de uma maneira intrigante. Mais tarde, para sua surpresa, ela descobre que Pietro é aluno novo em sua classe. Dias depois, ele revela a Rani que faz parte de uma turma de excluídos, chamados Animais de Festa, uma facção de jovens (e nem tão jovens) seres sobrenaturais. E mais: que ela deve se juntar a eles, já que é uma xamã adormecida que precisa de treinamento imediato, pois está sob a mira de Aiba, um xamã poderoso que se alimenta da força vital de seus semelhantes.
Cética mas curiosa, de repente ela se vê mergulhada em uma aventura com seus novos e estranhos amigos para encontrar o Sino da Divisão, o único artefato mágico capaz de derrotar o destrutivo e cruel Aiba.
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Saudações nobres,

Na Bienal do Livro de Minas Gerais de 2014, deixei para trás um livro de cores berrantes que chamara minha atenção: Rani e o Sino da Divisão. Na de 2016, lá estava ele me encarando com aquele alaranjado mágico... Quando passo pelo estande da Gutenberg e dou de cara com Lorde Jim, senti o puxão do destino! E cá estou eu, completamente vencida e apaixonada depois de 4 dias de leitura insana – as parcas horas que a noite pós faculdade me permitem –. 

O estranho – ou não – é que eu teria me aproximado de alguém como Rani. Eu era algo bem próximo – sem a guitarra e a pegada xamã, porém –. 
Rani não tinha uma vida anormal ou algo do gênero: morava com o pai, tocava em uma banda com a sua melhor amiga e estava no 1º ano do ensino médio. Pele morena, cabelo cacheado, blusas de bandas, calça jeans e óculos. Tudo na mais perfeita paz numa cidade infinitamente calma e com habitantes padronizados como em qualquer outra cidade do interior onde não acontece absolutamente nada – entendo tanto, Rani, tanto! –.
A realidade de Rani muda quando, no seu trajeto habitual de casa para escola ela dá de cara com um garoto estranho. Seu corpo inteiro reage àquele casual acontecimento, sua mente grita que há algo errado e seus pés a fazem correr dali. Não deveria ser nada demais, mas era: e só pode piorar quando ele aparece na sua sala de aula e tem a audácia de se dirigir a ela. 
Talvez as coisas fossem menos complicadas se Rani não tivesse deparado com aquele garoto estranho e colorido no caminho para a escola. E o mais cômico é que cada fibra do seu corpo a dizia que algo muito errado estava acontecendo ali, seu cérebro recebia vibrações que vinham do fundo de sua alma, aquele instinto primitivo que manteve os seres humanos vivos até a presente data... Mas pior do que isso é o ver entrando na sua sala de aula e se sentando logo atrás dela.
A protagonista é uma importante engrenagem para que a vida na terra siga seu curso, uma adolescente tem de carregar um enorme fardo e ela nem imagina o quão pesado ele pode ficar.
Se continuar com qualquer coisa, posso estragar a magia de cada uma das revelações que o autor pontuou o livro. E, quero deixar claro, são várias surpresas e reviravoltas – não, não é sessão da tarde –. 
A diagramação é incrível. Há vários comentários “colados” nas páginas, onde Rani vos inspirará por sua ironia latente e pertinente. É impossível não gostar dela! Pietro me conquistou no instante que aparece, assim, sem esforço e sem qualquer palavra. Mulheres têm graves problemas com os da raça dele, Rani descobrirá esse pormenor também... 

Lorde Jim conduziu magistralmente o leitor por todo esse mundo místico do qual poucos se dão conta que exista. Cada detalhe foi trabalhado com cuidado e o melhor é saber que Rani não perdeu momentos memoráveis de sua vida terrena, ela pode fazer tudo que precisa e desempenhar seu papel em dois mundos. Nada pode ser mais mágico do que isso!


Caros nobres, cabe uma explicação: sim, a resenha ficou pronta em 2016, mas só consegui postá-la agora. O gato - Yoshi - fez questão de aparecer nas fotos. Na verdade, ele deitou no livro, então não tive escolha.


“Meu único conselho é: não tenha medo de amar as pessoas. É isso que nos faz humanos.” Pág. 198.



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1 comentários:

  1. AAA fiquei bem emotiva aqui com a foto do gato, tão parecido com a Jade, saudades. Agora só tenho meu frajolinha mesmo haha. Essa resenha me ensinou algo: não cortar caminho haha

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