As luzes mais brilhantes





"É realmente engraçado ver como as pessoas conseguem ser curiosas, mas ao mesmo tempo, não se importar de verdade."





Livro: As luzes mais brilhantes
Autor: Augusto Alvarenga
Editora: Astral Cultural
Sinopse:
Julién passou por uma fase terrível e seu coração ainda está despedaçado. Agora, ele decidiu viver um dia após o outro, tentando compreender as particularidades dessa cidade enorme que é São Paulo, onde ele vive, mas se sente sozinho. Porém, um dia, quando cruza a Avenida Paulista de bicicleta, ele tromba com Bruna, a aprendiz de cineasta mais diferente que já viu. Por causa desse momento tão inesperado - e quase trágico -, eles decidem tomar um café. E, depois desse café, nada mais foi como antes. Talvez algo possa surgir entre as luzes mais brilhantes da Paulista e repetidos cafés no Starbucks. Talvez eles – e os leitores – possam descobrir se e existe ou não amor em SP.
 Skoob      Onde comprar 


Então, começo dizendo que todas as obras do Augusto Alvarenga são capazes de proporcionar lágrimas, sorrisos e momentos infinitos de reflexão. São sempre uma mistura de leveza e profundidade, e parece muito vindo de um autor tão novo (Guto, você é mais novo que eu, sossega). Por fim, o livro está lindo, desde a elaboração de cada uma das frases à diagramação cuidadosamente feita. A capa é um amor, sem mais. Além disso, apresenta estrutura dinâmica, rápida e objetiva. Sem deixar de detalhar tudo que era necessário e preciso. Gosto de livros assim. Livro de uma sentada. Livro companheiro de viagem. Isso é muito bom e útil.
O principal aqui, acho, foi a essência da construção. Porque todos os personagens são reais. Você pode topar com eles em qualquer lugar. Pode ser amigo de qualquer um deles e tudo é real. Tudo é possível.
Em relação ao Julien – Ju, porque sim –, especificamente. Eu entendo o que ele sente, eu sei como funciona, sinto na pele como é. Foi construtivo perceber em outra pessoa (personagem, pessoa. Você entendeu. Não tem ficção nele), todos os pequenos e grandes sintomas. Os gatilhos, os exercícios de respiração. Cada detalhe disso foi especial. Foi bom ver retratado de forma tão crua. Sem máscaras e sem rodeios. A descrição da depressão dele também ficou profunda. Dá pra sentir o abismo. Da pra sentir o frio e aquela escuridão toda. Você foi bem demais, Guto. Sei que muita gente vai se identificar e vai tomar decisões sobre isso. Achei extremamente importante pontuar sobre a terapia. Sobre os remédios. Sobre a possibilidade de melhora. Sobre um dia de cada vez. Isso é tão importante! TÃO relevante para as pessoas. Agradeço em nome de todas elas. 
Só fiquei irritada em um momento, um único e específico momento. A reação, a forma como lidou com algo tão diferente da situação que ele já vivenciara. Mas enfim. Traumas mudam vidas, no caso dele é ainda mais verdade. Eu fiquei irritada, mas eu entendi. 
Sobre a Bruna. Eu te falei que tenho alguns problemas com o nome, né? Apesar disso, ela é incrível! Aquela passagem sobre a mãe dela, e como isso mudou a perspectiva dela, tão bonito! Queria que mais mães fossem capazes dessa força. A construção da Bruna é toda bonita, na verdade. Ela é poderosa. Ela é firme e é toda de verdade também. Espero que impulsione cores e turbantes. E muita representatividade.
E a Mari. Bom. Eu queria uma Mari pra mim, todo mundo vai querer uma Mari. Eu tenho uma Mari (mas minha Mari é um cara). A sinceridade dela e aquela presença sólida, preparada para cada uma das provas necessárias para ajudar. Ela é mágica. Real também, e talvez a mais mágica dos personagens.
Agora, a mãe dele é um caso à parte. Acho que ela vai pagar por tudo que fez. E por tudo que não fez. Tive a vaga impressão de ter sido um capítulo aberto. Uma nova perspectiva, mas isso é coisa de leitor que ama o autor. Então, nunca se sabe.

O livro, de novo, é lindo. Bem construído e atrativo. Além de um tapa bem dado na cara de várias pessoas. E por fim, é uma ótima aula do que fazer, de como lidar, de onde procurar ajuda. Seja para quem está com problemas, seja pelos amigos e pessoas ao redor.










"Um sonho nunca realizado é dolorido, e o mesmo pode se dizer de uma esperança nunca saciada. Mas a perda, a falta e a saudade incessante... Estou certo de que essa combinação pode levar qualquer um à loucura." 

Leve este post a outro reino:

0 comentários:

Postar um comentário