Saudações nobres,
Depois de tanto tempo, A Canção de Alanna será a primeira crítica das férias.
A leitura durou meros dois dias, sem esforço, sem cansaço.
Livro: A Canção de Alanna Autor: Tamora Pierce Única Editora Sinopse: A Canção de Alanna: A Primeira Grande Aventura - A coisa que Alanna mais quer no mundo é ser uma guerreira extraordinária, que vença batalhas e consiga ajudar as pessoas. Ela só tem um problema: no reino de Tortall, meninas não lutam, ou melhor, não fazem quase nada. Então, para realizar seu sonho, ela deve arriscar a própria vida tornando-se Alan de Trebond. Esta é sua primeira aventura, e pode ser a última caso ela não seja forte o bastante para superar as próprias limitações e controlar sua magia, que é mais poderosa do que a maioria das pessoas pode suportar. Para piorar, Alanna é a única capaz de combater o mal que se abateu sobre o reino de Tortall. Está em suas mãos salvar o herdeiro do trono e derrotar os seres milenares que habitam a terrível e amaldiçoada Cidade Negra. O fracasso não é uma opção. Sua grande batalha já começou. Ela pode morrer, ou pior: perder a própria alma para sempre! “Ela estava apavorada: seu rosto parecia quente, as mãos tremiam. Se fracassasse, teria de deixar a corte. Aquele era o dia. Ela nunca se sentira tão forte e tão preparada. Skoob
Um dia vou fazer isso. Estou ficando cansado de cair.
Nas primeiras linhas nos deparamos com o drama dos gêmeos Trebond: cada um irá para um lado do reino,
desempenhar funções nas quais não são bons e não estão interessados. Thom deve ir para o castelo do Rei e se tornar um cavaleiro. Acontece que o
rapaz mal sabe manejar uma espada e suas técnicas em artes marciais são
péssimas. Seu desejo é ser um grande feiticeiro.
Alanna deverá ir para o convento, onde se
transformará numa dama, sendo posteriormente enviada à corte para conseguir um
marido. Alanna é praticamente um menino, e ela sim deseja ser uma guerreira, tendo
talento de sobra para isso (coincidentemente magia é ensinada no convento). Eis
que a menina tem a perigosa ideia de trocar de lugar com seu irmão. Afinal,
eles são idênticos! Desconsiderando todos os incríveis riscos, a ideia de Alanna sem dúvidas era salvadora. E sim, ela foi colocada em prática.
Thom segue portanto para o convento,
onde aprenderá a ser o grande feiticeiro que sonhou. Alanna que agora é Alan, fingirá ser um menino até os 18 anos, quando será nomeado cavaleiro e
revelará o seu segredo.
Os jovens para tal intento contam com a devoção de Maude e Coram. Maude é a feiticeira da aldeia e ensinou tudo que podia aos jovens, ambos
possuem o Dom. Já Coram, mestre de armas e exímio guerreiro, acompanhará Alan.
Faço um adendo a Coram, o personagem é
encantador. Ele zela por Alanna, mas não a sufoca como é de se
imaginar que faria com uma garota, há verdadeira admiração entre eles e sem
dúvidas, o soldado é muito mais pai dela do que o pai biológico.
Teremos notícias de Thom vez ou outra, mas o foco é Alanna, o seu aprendizado, as brigas e a
sua perseverança. A ruiva é uma personagem forte, determinada e absurdamente
poderosa. Em alguns momentos fraqueja, mas ao erguer-se o faz ainda mais forte.
Admirei-me de algumas de suas atitudes, do seu cuidado em não demonstrar quem
de fato é. A superação de cada provação é deliciosa! Alanna sem dúvidas cativará o coração de vós, leitores.
_ Você quer. Você quer. O que você está aprendendo aqui é diferente. Chama-se “disciplina”. O mundo nem sempre vai se apresentar do jeito que você quer. Você tem que aprender a ter disciplina.
Há outros personagens que tornam a narrativa interessante:
O príncipe Jonathan é um ótimo exemplo. Apesar de
príncipe e herdeiro do trono, ele não se importa em misturar-se aos demais,
mesmo que dentre eles esteja O rei dos ladrões, avidamente procurado pela
justiça.
Gary, Alex e Raoul completam o círculo de verdadeiras
amizades, embora eu pressinta uma cisão em breve, com o doce aroma da traição.
George ganha tanto a confiança de Alanna que nos surpreendemos com as revelações que ela lhe faz.
Myles, o responsável por um dos itens
mais precisos de Alanna.
No final das contas, um dos pontos fortes da protagonista foi ser capaz de
cativar os que estão ao seu redor. Seu encanto faz com que a tarefa que
empreende seja mais fácil.
Em termos de enredo, começamos a vislumbrar o real papel de Alanna quando esta salva a vida do herdeiro, usando conhecimentos proibidos para
alguém não instruído verdadeiramente na magia. A doença que o afetou matara
outros feiticeiros antes, e ela foi capaz de curá-la. Há aí um detalhe que
deves prestar atenção: ela superou feiticeiros experientes.
Logo após o episódio, a pedido do Rei, o poderoso feiticeiro Roger retorna
ao Castelo para que possa ensinar os jovens aprendizes que possuem o Dom. Alanna instintivamente se afasta do nobre, nutrindo verdadeiro ódio por ele.
Algum de vós arrisca ir contra o instinto?
Na parte final do livro, Alanna conta 13 anos. Fiquei pasma por ela
conseguir passar praticamente 3 anos entre garotos e ninguém notar nada. Claro
que as mudanças no corpo começaram, e acredito que não será tão fácil daqui
para frente. Há então uma expedição à Persópolis, onde próximo a ela está a Cidade
Negra, amaldiçoada há eras, e na qual nem os mais poderosos feiticeiros foram
capazes de sair com vida. Esse é o grande trunfo do livro, o derradeiro clímax
que trará consequências imensas, revelações perigosas e um desespero sem
limites pela continuação.
Apesar da temática medieval, “A canção de Alanna” não é nem de longe cansativo, e
não se perde em descrições desnecessárias. Dificilmente alguém não apreciaria a
leitura, que de modo geral é rápida e fluída; com bons personagens e enredo.
_ Quem você acha que eu deveria escolher?(...) _ A mim. Você deveria me escolher.
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